10 de abr. de 2009

Silent Hill: Shattered Memories - Preview

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Produtora: Climax Studios Distribuidora: Konami

Gênero: Terror Psicológico/Survival-Horror Plataformas: Wii, PSP e PS2
Por: Fabian Kurayami, Fernando Landeira e Roberto Guedes

Silent Hill é uma das maiores franquias dos videogames e foi um dos pilares da indústria Japonesa durante a glória da geração 32 bits. Desde a quarta edição - que originalmente nem foi criado para ser um Silent Hill - a franquia vem em uma curva descendente preocupante.

Então desenvolvedoras ocidentais assumiram a franquia. A Climax, com o Origins (PSP e PS2), tentou recriar a atmosfera e a qualidade dos 3 primeiros jogos mas obteve resultados apenas medianos. A Double-Helix, com Homecoming (PC, PS3 e X360), trouxe mudanças na jogabilidade e pouco brilho no roteiro e o resultado final acabou sendo um jogo mais de ação do que de terror.

Agora, a Climax volta, e devemos dizer que isso é uma boa notícia, ao menos quando colocamos a disputa entre ela e a Double-Helix. Shattered Memories é uma re-imaginação do primeiro Silent Hill, e apresenta algumas novidades curiosas e interessantes. Confira abaixo o que podemos esperar deste jogo, com todas as informações já lançadas.

“Have you seen a little girl? Short, black hair…”

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É um novo jogo, mas a premissa é a mesma. Você é Harry Mason e sofre um acidente de carro. Quando acorda, sua filha, Cheryl, está perdida. Algumas mudanças já podem ser notadas desde o começo: o design dos personagens é diferente, e suas escolhas também afetarão este design.

O acidente de carro ocorre em uma rua diferente, mas antes de tudo isso, você está em uma clínica psiquiatrica. Tudo é visto em primeira pessoa nesta cena, e pode ser controlado - o que lembra assustadoramente Homecoming. O doutor está bebendo uma bebida alcoólica. Na janela, uma neve forte.

O telefone toca: “Um novo paciente está aqui. Ele chegou cedo,” diz a voz. O doutor responde: “Tudo bem. Ele pode entrar.” A cena muda, e você cai do carro e perde os óculos no meio na neve.

De volta à clínica, o doutor fala: “Estou feliz que você veio. Só isso já mostra o seu comprometimento com o processo. Eu li os relatórios. O outro psiquiatra não deu certo para você. Agora vai ser diferente. Sem notas, drogas ou teorias. Vamos começar do zero, para entender o que aconteceu. Tome esse papel.”

Nesta hora, você marca alguns itens que determinam sua personalidade para o resto do jogo. Alguns exemplos são: “Eu sempre bebo para relaxar.” ou então “Eu sempre escuto o que as pessoas têm a dizer.” Basta apontar e apertar o botão da ação.

Logo após preencher este formulário, o psiquiatra te pergunta: “Você vem sendo infiel. Isso é verdade?” Mova o Wii Remote para cima e para baixo para uma resposta positiva ou da esquerda para a direita em resposta negativa.

“Cheryl! Cheryl! Querida!” Você está de volta ao acidente de carro. Sem resposta, Harry encontra a lanterna e sai à procura de sua filha. Você controla a lanterna pelo Wii Remote, diferenciando o estilo fixo que aparecia nos outros jogos da série.

Remake vs. re-imaginação

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Nas palavras de Tomm Hulett, Sam Barlow e Mark Simmons, Shattered Memories não é um remake. “Um remake seria literalmente re-modelar o mesmo conteúdo, a mesma jogabilidade, com algumas melhorias. Não é assim neste game,” diz Barlow.

“Shattered Memories compartilha do mesmo ponto de partida de SH1, mas usa uma nova narrativa para levar o protagonista a novos e interessantes lugares. É um pouco parecido com Zelda, onde o herói sempre acha a espada e salva o mundo, mas sempre se re-inventando. Bem, talvez isso seja mais extremo do que Zelda,” completa.

A principal mudança diz respeito às escolhas que você fará dentro do jogo. Segundo Mark Simmons, o principal objetivo é criar a experiência perfeita:

“Imagine um filme no qual o diretor conheça você perfeitamente e mude tudo no filme — iluminação, cenário, figurino, atuações, ângulos de câmeras, até mesmo as personalidades — para criar a experiência exata que você espera do filme.” O objetivo da Climax é fazer o mesmo neste game.

Já Hulett diz, sem entrar muito nos detalhes, que não será como o “bom caminho” contra o “mal caminho” que você jogou durante vários anos. “Você está em Silent Hill, e a cidade está dentro de sua mente. As coisas podem ficar um pouco estranhas,” diz.

Um bom exemplo disso é quando, durante sua exploração, Harry encontra um estabelecimento aberto. Dependendo das suas escolhas, pode ser um bar ou um restaurante. Com as escolhas feitas nesta demo, é o bar que aparece.

“Eu sabia que esse tempo não iria fazer com que deixassem de vir aqui,” diz a bargirl. Harry mostra uma foto de sua filha, e diz que ela está perdida. A mulher diz onde ela pode estar escondida. “Ah, merda. Eu chamaria ajuda se os telefones não estivessem totalmente mudos por causa dessa neve.”

Harry, ainda confuso, percebe um endereço na foto. É de onde ele supostamente mora, dentro de Silent Hill. Ele se mostra surpreso. “Esse seu acidente…você bateu a cabeça?”, pergunta a bargirl.

O mundo gélido de Silent Hill

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De volta à neve, Harry fala consigo mesmo. “Eu deveria saber onde eu estou. O que diabos está acontecendo comigo?” Então, ele recorre ao seu celular. O objeto, que é bastante semelhante a um iPhone, é praticamente um faz-de-tudo do jogo.

Você terá GPS, poderá salvar o jogo, discar números, ouvir mensagens e tirar fotos. Tudo isso em tempo real, sem pausar. “Em 99% do jogo, você poderá recorrer ao celular. Mas lembre-se: nem sempre usá-lo é garantia de segurança,” diz Sam Barlow, roteirista do jogo.

Um cara da Konami sugere discar 911 no celular. “911, qual é a sua emergência?” é ouvido pelo Wii Remote. Harry tenta responder, mas a atendente não consegue ouvir, devido a uma interferência. Tudo para mostrar o quão isolado você está do resto do mundo.

Durante sua jornada, você percebe algo estranho. um lugar parece visualmente diferente do que outros, um pouco mais estático. Você tira uma foto do local e sua filha aparece na foto. Então, recebe uma mensagem de voz. “Papai, estou ferida,” diz Cheryl. Então, a cidade começa a transformar, em tempo real. Não é o mundo infernal de Alessa, e sim gélido. De longe, você ouve o alarme de um carro. Tudo é muto bonito e impressionante.

Você ainda ouve pelo celular a voz de Cheryl: “Corra, papai! Você não pode enfrentá-los! Corra!” Essa é uma das novidades do jogo. Harry não possui nenhum tipo de arma. Tudo para criar o terror psicológico. A tensão é o principal fator.

“Quando uma criança acorda chorando, não é porque ela teve pesadelo com um monstro e tinha que enfrentar ele com um taco de beisebol. É porque estava fugindo, e foi pega. Então não seja pego. Corra,” descreve Sam Barlow.

“Essa é uma experiência no mundo alternativo totalmente nova. É tensa, rápida e sempre te assustará muito. Nós não queríamos seguir o padrão de evoluir o combate fazendo com que o jogador use armas. Nós queríamos que esse jogo fosse como um filme de horror, onde o antagonista é poderoso e o protagonista é uma pessoa normal, como você ou eu,” diz Mark Simmons.

Harry entra num beco escuro, com a lanterna. Então, ouve um som estático no seu celular (ouvido pelo Wii Remote), que vai ficando cada vez mais alto. De repente, um monstro aparece e começa a correr em sua direção, impedido por uma barreira. Ele volta a correr, mas em outra direção, para tentar pegá-lo de surpresa.

As criaturas são espertas. Em um momento do demo, Harry tenta pular uma cerca e é impedido no meio do pulo. Vale ressaltar que elas também poderão te flanquear, abrir portas de surpresa e se comunicar.

Outro fator importante é que você não pode deixar ser capturado. Caso isso aconteça, você poderá ser congelado. Naturalmente, o maior inimigo destas criaturas é o fogo. Então, uma das opções será jogar uma tocha no chão, para impedir que os monstros continuem.

Atmosfera assustadora

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Dois destaques de Silent Hill sempre foram os gráficos e a parte sonora. Ambos terão novidades. A engine, que é uma das melhores do Wii, tem como característica o uso do streaming (carregamento em tempo real), para evitar qualquer tipo de loading.

“Não haverá telas de loadings ou telas pretas enquanto é feito o acesso ao disco. As criaturas nos pesadelos podem seguir o jogador para qualquer lugar agora, as portas não serão mais barreiras para elas. A neve está espetacular, principalmente quando a lanterna está iluminando os flocos de neve caindo. Os efeitos dinâmicos de gelo são espetaculares também, praticamente poderá ter sua forma congelada,” diz Mark Simmons.

Barlow diz que a engine usada é ótima: “Foi muito bem trabalhada e tem muitos recursos interessantes graças ao programador de elite James Sharman. Teremos vários efeitos jamais vistos antes, ou pelo menos parecidos. A iluminação é um dos destaques - tudo tem sua sombra, incluindo os personagens. Até mesmo os flocos de neve projetam sombras. Pode se dizer que nada melhor foi visto no Wii nesse quesito. Shattered Memories deve parecer um jogo de 360/PS3 rodando em SD. Essa é a ideia.” As imagens que vimos não nos empolgam tanto e permaneceremos céticos.

A Climax informa ainda que engine também fará com que o jogo suporte o formato widescreen da tela, assim como progressive scan. Não foi comentado se tais opções estarão disponíveis na versão do PS2.

Em termos músicas, Akira Yamaoka ainda é o responsável por este ramo. A diferença é que agora tudo será dinâmico. “Enquanto você joga instrumentos são introduzidos ou retirados baseando-se na progressão gradual ou mudanças súbitas no clima do jogo. Cada área importante tem uma música única,” descreve Mark Simmons, completando depois:

“Páginas de diário sendo encontradas em qualquer canto não fazem sentido nos dias de hoje. Como as pessoas se comunicam no mundo moderno? Telefones celulares. Elas enviam mensagens de voz e textos. Até mesmo fotos para amigos, etc. Por acaso o lunático deixa o diário na escrivaninha? Não, ele escreve o quer na parede do shopping local. O objetivo dos produtores é fazer deste mundo o mais autêntico possível. Legendas estarão disponíveis. Cut-scenes, ligações telefônicas, e qualquer coisa que Harry disser será legendado caso a opção esteja ativada.”

Conclusão

Silent Hill: Shattered Memories parece ser o primeiro jogo ocidental da série que terá destaque. Não vamos apostar se será melhor ou não do que os três primeiros, já que é muito cedo para isso.

É importante destacar também que o jogo está sendo desenvolvido com o Wii como plataforma principal. PSP e PS2 terão versões levemente diferentes. Torcemos para que o jogo saia com a qualidade que seus produtores prometem e que, caso isso aconteça, os jogadores do Wii arrumem um tempinho entre Wii e Fit e Wii Sports para jogar a nova visita a Silent Hill.

HCG HYPE-o-METER

80%

(Muito Curiosos)

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